Elas tambem jogam
Os jogos são para os meninos assim como as panelas são para as meninas. Esse conceito é um tanto desequilibrado e contrário às estatísticas no mundo dos jogos eletrônicos.
Quem disse que mulher não se interessa por jogos? Sim, elas jogam e são maioria na indústria dos Games.
No final da década de 70, Carol Shaw, desenvolvia jogos eletrônicos e foi a pioneira nessa indústria. Primeiro, a desenvolvedora trabalhou em Polo (jogo de 1978 feito para uma campanha promocional da grife Ralph Lauren), e na sequência lançou comercialmente o primeiro jogo criado por uma mulher: era o 3-D Tic-Tac-Toe, de 1979, baseado no tradicional jogo da velha. Depois, em 1983, entrou na Activision, onde programou River Raid e foi seu jogo mais conhecido.
A indústria dos games cresceu, assim como a participação feminina, segundo a Pesquisa Gamer Brasil 2020, o público feminino representa cerca de 54% dos jogadores totais, sendo 61,9% dos jogadores casuais e 23,3% dos jogadores hardcore. E ainda assim, o mercado de Games é marcado pelo preconceito e a hiperssexualização.
Algumas jogadoras criam perfis masculinos e não abrem o microfone para fugir de ataques de sexismo. Outras, costumam ficar na função de "suporte", que é vista como secundária. Os suportes apoiam e auxiliam os jogadores com maior destaque nos jogos, como os de ataque e defesa.
E não é por acaso que a função de "suporte", tem ligação direta com a maneira como as mulheres são vistas pelos homens na sociedade. É o que ressalta Aline Pereira, editora de games do site Minas Nerds, uma plataforma dedicada ao trabalho da cultura pop pelo ponto de vista da mulher.
Quando elas saem do papel de secundário para o de protagonista, logo são atacadas e impera a misoginia.
É importante lembrar que as mulheres ainda não ocupam o espaço de criadoras — o total de jogos desenvolvidos por mulheres não chega a 10%, segundo a Women Up Games, empresa criada pela programadora Ariane Parra para incluir mulheres no mercado de games. Isso significa que o universo dos games é praticamente todo construído por homens, que a todo momento reafirmam o machismo por meio de personagens sexualizadas, burras ou submissas.
Além disso, elas não costumam ser convidadas para ocupar espaços nas mesas de discussões em fóruns, nem mesmo quando o assunto é o espaço e a representação das mulheres no mundo geek. Quando ganham a fala, é muito comum a presença de homens que a todo momento tentam testar seus conhecimentos.
Esse cenário é construído ainda na infância, quando as meninas são incentivadas a brincar com bonecas, carrinhos de bebês e utensílios domésticos, enquanto os meninos envolvem-se logo com bolas, carrinhos e jogos de estratégias.
Esse mercado parece estar longe do ideal quando pensamos em igualdade de gênero, mas apesar da indústria dos games parecer tóxica com inúmeros casos de discriminação contra as mulheres, há um movimento virando esse jogo.
Algumas meninas e mulheres afirmam suas posições e criam redes de apoio para minimizar o preconceito e a subjugação dentro dos jogos. Conheça abaixo algumas discussões sobre o assunto:
https://www.facebook.com/groups/761232331081419/ Gifts & Games With The Girls!
No mais, seguimos no jogo e torcendo por vocês!!!